Call | Trabalho, Organizações e Profissões

Chamada para trabalhos | Trabalho, Organizações e Profissões

Coordenadores

Paula Urze (School of Science and Tecnology, Universidade Nova de Lisboa, CIUHCT)

Ana Paula Marques (Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, CECS)

Hermes Costa (Faculdade de Economia, Universidade de Coimbra, CES)


TRABALHO DIGITAL NAS SOCIEDADES CAPITALISTAS CONTEMPORÂNEAS: DESAFIOS PARA SOCIOLOGIA DO TRABALHO, ORGANIZAÇÕES E PROFISSÕES

A digitalização, computorização, robotização e inteligência artificial marcam de forma indelével o mundo do trabalho das sociedades capitalistas contemporâneas. A rápida difusão da economia digital representa um enorme desafio dada a sua complexidade, imprevisibilidade e desmaterialização de processos, produtos, bens e serviços. Se na visão dos otimistas e tecnocratas sobressai, sobretudo, o crescimento do trabalho qualificado associado à inovação tecnológica, a visão mais crítica acentua a polarização de qualificações, degradação das condições e ambiente de trabalho, aumento das burocracias digitais e hiper-tecnologização organizacional, com resultados na intensificação do ritmo de trabalho, na agudização das desigualdades sociais da mão-de-obra, na fragmentação do mercado de trabalho e supressão de um conjunto de garantias sociais com reflexos na precarização da força de trabalho. Estamos, sem dúvida, perante um mundo do trabalho mais digital, todavia mais instável, alienado, precário e fragmentado decorrente, igualmente, do contexto pandémico e da invasão da Rússia à Ucrânia.

Discutir as desigualdades sociais crescentes do mundo do trabalho, bem como a segmentação e corrosão social que as acompanham é uma responsabilidade que a Sociologia e, em particular, a Sociologia do Trabalho, Organizações e Profissões não pode deixar de assumir. Também as estruturas institucionais de regulação precisam de ser mobilizadas para este debate sociológico, para se pensar na construção e sustentação de sociedades equitativas e inclusivas.

Porque os desafios que se colocam à Sociologia neste contexto “polarizado”, a que o campo das relações de trabalho não escapa, apelamos a todos os sociólogos e demais cientistas sociais a partilhar connosco os resultados da sua investigação e/ou ação profissional.

Sem pretendermos limitar a natureza dos objetos sociais passíveis de ser mobilizados para o debate sobre o campo do trabalho, organizações e profissões, enunciamos as áreas temáticas de referência para a apresentação de propostas de comunicação no quadro do XII Congresso Português de Sociologia sob o mote: Sociedades Polarizadas? Desafios para a Sociologia.

  • Futuros do trabalho numa sociedade acelerada;
  • Trabalho digital, uberização e (des)regulação;
  • Novos empregos no capitalismo de plataformas;
  • Digitalização, robotização e Inteligência Artificial;
  • (Tele)trabalho, práticas e desafios de regulação
  • Precarização e informalidade laboral
  • Mercados de trabalho (trans)nacionais, fluxos migratórios e desemprego
  • Ambientes organizacionais em crise (presentismo, burnout, assédio, saúde mental, etc.)
  • Políticas públicas e instituições reguladoras: contradições e desafios
  • Gamificação, geração digital e impactos na formação
  • Conciliação, género e profissões
  • Formação e mercado de trabalhoAs regras e prazos a considerar para a submissão dos resumos, assim como mais informações sobre o XI Congresso Português de Sociologia, podem ser consultados no site da APS em http://www.aps.pt.

A ST poderá depois selecionar a(s) melhor(es) comunicações para serem propostas para publicação na revista SOCIOLOGIA ON LINE.

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