Coordenadores
Rahul Kumar (NOVA/IHC)
João Sedas Nunes (NOVA/FCSH)
Daniel Seabra (UFP)
Em graus e modalidades diversos, também os mundos sociais do desporto se pautam, presentemente, por processos sociais complexos em que se vincam, ao mesmo tempo, lógicas (políticas) de polarização e elasticidade institucional.
A crescente penetração desses mundos pelo capital económico e, em especial, pelo capital financeiro tem vindo a suscitar formas de resistência, discursivas, mas também institucionais, que (des)harmonizam os espaços sociais das práticas desportivas como loci de significativas tensões e contradições que, em episódios críticos e momentos-prova desafiam a estabilidade dos princípios da grandeza desportiva.
Por outro lado, os vários mundos do desporto também têm constituído terreno fértil para a mobilização política de diferentes atores sociais, que ativam diferentes reportórios de protesto, variadas formações retóricas e diversas formas de performance política. Desse ponto de vista, ao longo dos últimos anos, e de forma articulada com os processos de mediatização das práticas sociais, o campo desportivo tem sido também um terreno de disputa simbólica sobre autoridade, prestígio e poder, sobre inclusão e exclusão, sobre integração e alienação. Ligados a uma pluralidade de formas organizacionais, articulados com as indústrias culturais e integrados numa multiplicidade de redes locais, regionais, nacionais, internacionais e transnacionais de deliberação coletiva os mundos do desporto incorporam, os clubes e demais organizações desportivas refletem, integram e produzem muitas das tensões que caracterizam as sociedades contemporâneas.
No quadro da realização do XII Congresso Português de Sociologia, a secção temática de sociologia do desporto da APS convida, assim, à apresentação de propostas de comunicação e painéis que se debrucem sobre a forma como os mundos do desporto, as suas instituições, os seus atores e as suas ideologias se relacionam com os processos de polarização social em curso. O que faz e comprova a estima devida a um dirigente, técnico, atleta, árbitro, até atleta? Quais as regras (sociais) e audiências que a (de)marcam? Neste quadro, em que o problema clássico da autonomia da esfera desportiva terá declinado num jogo de classificação que propõe, polemica e contraditoriamente, o seu sequestro e a respetiva denúncia, importará dar conta das presentes reconfigurações dos mundos sociais do desporto.
A ST poderá depois selecionar a(s) melhor(es) comunicações para serem propostas para publicação na revista SOCIOLOGIA ON LINE.
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